Personalidade em destaque A britânica Alison Smale é secretária-geral de Comunicação Global da ONU desde 2017 O que espera de uma relação entre as Nações Unidas e uma organização como a Fundação We Are Water? Organizações como a Fundação We Are Water são bastante representativas da forma como o mundo irá funcionar no século XXI. Embora instituições como as Nações Unidas possam oferecer décadas de experiência de investigação e análise sobre o que se passa no mundo, talvez hoje seja necessário que esta mensagem seja expressa em termos mais simples. A Fundação We Are Water tem a capacidade de abordar temas complexos com clareza através do desenho, da produção cinematográfica, das imagens e do diálogo, que são ferramentas do século XXI que temos o dever de manter e proteger. As pessoas são incapazes de eliminar todo o ruído resultante da atual cacofonia dos meios de comunicação digitais para chegar à essência das questões. O pequeno pode ajudar o grande a atingir a escala adequada e vice-versa. Qual é a estratégia de comunicação das Nações Unidas para enfrentar as alterações climáticas? É cada vez mais claro que as Nações Unidas deverão vir a assumir a liderança na luta contra as alterações climáticas, uma vez que contam com dados provenientes de investigações próprias. Neste sentido, o Secretário- Geral lembra constantemente que cumprir os objetivos do Acordo de Paris, como nós fazemos, não será suficiente para evitar que as alterações climáticas continuem a avançar. Por acaso, estamos hoje em Barcelona num dia excecionalmente frio. Assim, algo se passa com o nosso planeta, embora não saibamos exatamente o quê. O que precisamos é de investigações e de dados sólidos que possamos transmitir às pessoas por meio de uma mensagem adaptada na qual grandes e pequenos se unam para que sejam adotadas medidas concretas. Considero também que as alterações climáticas são um dos temas que podem fazer com que os jovens se envolvam gradualmente e participem de forma ativa na sociedade, porque aparentemente a minha geração não lhes está a deixar um bom planeta. E este é um dos aspetos com os quais se podem comprometer e que lhes podemos ensinar: “Neste momento, as coisas estão assim. Vamos ajudá-los a resolvê-las”. As Nações Unidas têm muitos problemas para resolver e comunicar. Em que posição Qual é a sua opinião sobre o Agenda 2030 e foi muito difícil conseguir que todos ospaíses do mundo concordassem com esta Agenda. Pode- diria que se encontram a água facto de a água e o saneamento se jogar com a ordem de muitas formas, exceto com o fim e o saneamento? ocuparem a sexta posição da pobreza, que me parece fantástico que seja o maior na escala dos Objetivos de objetivo e o que aparece em primeiro lugar, uma vez que É difícil responder a essa pergunta, mas se olharmos é algo que não deveria existir. Quando somos pobres, não para os 17 objetivos, pelo menos dois ou três estão Desenvolvimento Sustentável? podemos sair da situação e ficar mais ricos sozinhos. E diretamente relacionados com a vida marinha, os oceanos, não me refiro apenas à questão económica, mas a todo o o abastecimento de água, o saneamento... Se constitui uma Não acha que deveriam ser o tipo de riqueza, e a água é uma das mais valiosas. sexta parte da atenção que prestamos a todas as questõesdo mundo, já representa muito. Eu venho de um país marítimo, primeiro objetivo? o Reino Unido, no qual a água nunca está longe, uma vez Sem água e saneamento que se trata de uma ilha, e onde estamos muito sensibilizadospara a importância do mar, tal como muita gente em Espanha. não há desenvolvimento. Setenta por cento da Terra é água, o que nos dá uma ideia do Penso que dividi-los em 17 significou um grande e difícil nível de atenção que devemos prestar-lhe. esforço. Lutámos para que fossem todos incluídos na Roca S.A. Apartado 575 Ponte da Madalena 2416-905 Leiria +351 244 720 000 www.roca.pt roca.portugal@pt.roca.net 8102 lagutroP .A.S acoR ©